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BOLETIM 1049 - Reforma ou Ruína?

Atualizado: 19 de nov. de 2020

Nº 1049 ANO XX 31/10 a 06/11 de 2020

A exatamente 503 anos atrás foi o estopim de um protesto que mudaria para sempre a história da Igreja.


Frade Martinho Lutero, que até então era um monge agostiniano, alemão, que no dia 31 de outubro de 1517 afixou à porta do castelo de Wittenberg suas 95 teses por estar indignado com as indulgências e outros desvios da Igreja “em nome da Verdade”.


À princípio Lutero não tinha intenção de romper com a instituição, mas sim, provocar mudanças, trazer à verdade, fazendo-a cumprir a Palavra de Deus, e ensinar ao povo que a salvação é pela graça e não por indulgências, diante da tremenda revelação que ele teve acerca dos escritos de Paulo – Romanos 1:16-17 – “O justo viverá pela fé”.


Lutero defendia o ensino para todas as pessoas e não somente ao clero.

Educação acessível para o mundo inteiro.


Propondo suas 95 teses que revolucionaram a política, a igreja e o cristianismo, com muitos desdobramentos em diversas áreas do conhecimento e relevância em disciplinas como história, visto que em muitas coisas tinham se desviado da verdade.


A Reforma Protestante mudou não só a “igreja”, mas mudou o mundo, em uma época de um mundo sombrio, de muitas superstições e onde a igreja romana dominava as relações de Estado e sociedade, se valendo de sua integração, e também, da maioria analfabeta dos cidadãos da época.


Foi o renascimento do pensamento teológico, social, político, cultural e monetário.


O cerne da argumentação de Lutero estava na convicção de que o homem alcançaria a salvação pela sua fé pessoal, não necessitando de intermediários ou mediadores além de Jesus Cristo, que veio em carne e sangue, e é o Único Mediador entre Deus e os homens.

Afirmando que o comparecimento à igreja, o jejum, as peregrinações e as boas obras não assegurariam a salvação.


Não somos salvos pelas obras, as obras não geram salvação, mas sim, porque fomos salvos, então, elas são consequências.


Entre tantas verdades, podemos sintetizar suas 95 teses em “5 solas”:


Somente a Escritura – acentuando que a Palavra de Deus, as Escrituras devem ser a nossa única regra de fé e prática; Ela é inerrante, imutável, infalível e eterna. Ela é a base de toda doutrina, não podemos acrescentar e nem retirar absolutamente nada da Palavra de Deus.


Somente a Fé – evidenciando que a salvação é recebida por meio da fé e não através das obras. Não somos aceitos por Deus por causa de nossos feitos, mas sim, pelo sacrifício de Cristo Jesus na Cruz do Calvário, o qual cremos e O recebemos, pela fé. A causa meritória da salvação é o sacrifício substitutivo de Cristo, enquanto a fé se apropria dos benefícios desse sacrifício. A fé é a mão estendida de um mendigo para receber o presente do Rei. Esta fé salvadora é um presente, é um dom de Deus. “Pela graça sois salvos, mediante a fé, e isso não vem de vós, é dom de Deus; não vem de obras, para que ninguém se glorie”. Efésios 2:8-9.


Somente a Graça – Confirmando e evidenciando que somos salvos pela graça. Graça é o favor imerecido, um dom precioso concedido a nós. Deus nos amou quando éramos inimigos e pecadores. Estávamos perdidos, e Seu amor nos alcançou.


Somente Cristo – Evidenciando que a salvação é somente por intermédio de Cristo Jesus, que veio em carne e sangue, morreu e ao terceiro dia ressuscitou. Ele é o Único Mediador entre Deus e os homens. Ele é O caminho, A Verdade e a Vida, a Porta do Céu. Diante dEle todo o joelho se dobrará e toda língua confessará que Ele é o Senhor.


Glória somente a Deus – Tudo foi criado para a glória de Deus. O fim da nossa própria existência é glorificar a Deus. O homem não é o centro do Universo, mas Deus sim! O único propósito das obras é glorificar o nome de Deus, que através da fé somos salvos pela graça.


Lutero depois de um laborioso trabalho, encontrou 95 pontos em que as práticas da Igreja Católica estavam se divergindo da Verdade da Palavra de Deus;

Se torna até antagônico, exatamente nesta semana, pessoas afirmarem que a “Bíblia precisa ser atualizada”.


Muitas pessoas em todo o período da história sempre acharam que a Bíblia está ultrapassada, que a Bíblia precisa se adequar a esta geração e ao invés de promoverem uma “reforma” para que essa sociedade se adeque à Palavra. Isso apresenta uma “ruina”, querer que a Palavra se adeque para que a sociedade legalize suas práticas e pecados, tentando assim amenizar a culpa e condenação do pecado, esquecendo-se que podem até mudar os escritos, “o grafo” na Terra, mas Seus princípios continuam imutáveis nos céus.

Assim como afirmava o grande evangelista Billy Graham “A Bíblia não é antiga e nem moderna, ela é eterna”. A Bíblia não é um livro humano que precisa de atualização, assim como livros puramente técnicos que ficam ultrapassados ao longo do tempo.


As 95 teses não foram uma inovação, mas sim, voltarem à doutrina dos apóstolos da Igreja Primitiva que com o passar dos anos a Igreja Romana tinha se desviado.

A Reforma Protestante colocou a Igreja de volta aos trilhos da verdade.


Como o próprio Lutero afirmou: “é melhor ser dividido pela Verdade, do que ser unido pelo erro”.


As páginas da Bíblia não são sobre o passado. Elas continuam escrevendo a história. Elas são atemporais. Elas trazem à existência aquilo que ainda não aconteceu, mais atual do que os jornais e notícias que sairão amanhã. Tem registros na Bíblia que serão alcançados por pessoas que ainda nem nasceram. Não é a Bíblia que precisa ser atualizada, o homem que precisa se atualizar na Bíblia. Não se pode atualizar o que é eterno. A Bíblia não está sujeita ao tempo. Não são as mudanças sociais que devem determinar o modo como lemos a Bíblia, mas a Bíblia sim, que deve definir o modo como enxergamos as mudanças sociais.

O nosso referencial absoluto é a Bíblia.


A Reforma Protestante perdura mais de 5 séculos porque fez uma análise do momento que estavam vivendo, e encontraram as distorções, tendo a Palavra de Deus como referencial, porém, se analisarmos o tempo contemporâneo e quisermos analisá-lo para que a Bíblia se adeque à ele, será uma tremenda ruína, um prejuízo incalculável e pior, com estragos e danos irreparáveis para a eternidade.


A Bíblia jamais pode ser atualizada de acordo com as mudanças sociais. As Escrituras Divinas são imutáveis, pois são Verdades e são, a Constituição do Reino de Deus.

A Bíblia é um dos livros mais antigos e lidos de todos os tempos. Embora seja um livro de mais de 3 mil anos, apresenta princípios imutáveis para os dias atuais.


Temos que tomar muito cuidado com nossas palavras, pois a desconstrução de uma Verdade Absoluta, está em semear uma ‘meia verdade’ de modo sutil e perspicaz, que é a estratagema sutil da serpente, “não foi assim que Deus disse...”


A Bíblia é o livro mais rico em recursos literários, com a utilização de metáforas, parábolas e tantos outros recursos, que para um correto entendimento precisamos de muita cautela utilizando dos princípios da exegese e da hermenêutica para se alcançar os valores eternos do Pai.


Em cada interpretação bíblica precisamos compreender o contexto cultural, dispensacional, a quem, e, porque foi escrito o que foi escrito.


Qualquer trecho bíblico lido e explanado sem o princípio hermenêutico essencial, tenta legitimar qualquer prática que a sociedade deseja.


As mudanças devem acontecer no homem e não nas Escrituras.


O comportamento dos homens que devem se ajustar às Escrituras e não o contrário.

A Bíblia é literalmente a Palavra de Deus. Não podemos seguir uma voz diferente das Escrituras e achar que vamos chegar no mesmo destino. É impossível ser seguidor de Jesus sem ser seguidor da Sua Palavra que é a Bíblia.


“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João 1:1

O Verbo aqui se refere ao “LOGOS” que é a Palavra de Deus, o Verbo que se fez carne, a vontade plena de Deus que é revelada através de Sua Palavra.


Diminuir qualquer palavra das Escrituras é diminuir a Jesus, Autor e Consumador da Nossa Fé, por isso mesmo, que o mesmo João escreve ao encerrar o livro da revelação: “e se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida e da Cidade Santa, que estão escritas neste livro. Aquele que testifica estas coisas diz: Certamente, cedo venho. Amém! Ora, vem Senhor Jesus!”. Apocalipse 22:19-20.


É neste contexto que a teologia liberal se espalha, ganhando força especialmente no século XXI, aparentando ser inovadora e adequada para esse tempo. O liberalismo teológico busca provocar uma interpretação relativa a respeito das Escrituras Sagradas, tentando desconstruir toda teologia (que agora chamada de tradicional). Nesse ambiente, expressões como pecado, iniquidade, ‘transgressões que ofendem a Deus’, ‘há uma necessidade de renúncia’, arrependimento, quebrantamento ou negar-se a si mesmo, se tornam excessivamente conservadoras e descabidas.


Que o Senhor tenha misericórdia de nossa geração e nos dê discernimento, sabedoria e graça para voltarmos à Verdade do Evangelho e vivermos uma verdadeira Reforma Protestante e não uma ruína liberal em nome de atualizar o Evangelho que não necessita de mudança.


O que precisa de mudança somos nós!


Quem lê e pratica as Escrituras de forma fiel e piedosa, amando a Deus sobre todas as coisas e amando as pessoas, ao próximo como a si mesmo, seguindo as Palavras de Jesus, estará sempre atualizado!


Claayton Nantes

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