Nº 1106 – ANO XXI – 04 a 10 de dezembro de 2021
Estamos em meio a Hanukkah, a Festa das Luzes. Em resumo, esta festa leva o nome de “festa das Luzes” porque celebra a vitória da luz sobre as trevas, literal e simbolicamente. Trata-se da vitória do povo judeu contra seus dominadores gregos, uma batalha de valores morais e espirituais contra a opressão profana, o materialismo e a degeneração moral, além da luta pela liberdade de culto.
Tudo começa quando um rei selêucida (greco-sírio) toma o reino da Judéia.
Antioco Epifânio IV detinha um ódio profundo pela religião judaica e tentou unificar seu reino impondo uma total profanação aos judeus. Ele simplesmente os proibiu de praticarem o judaísmo, ordenando-lhes que adorassem aos deuses gregos. Esse foi um dos piores períodos de apostasia para Israel, pois a cultura judaica foi completamente helenizada, o que afastou muitos judeus da fé no Deus de Abraão.
No ano 168 aC., Antíoco invadiu Jerusalém e tomou o Templo, erguendo lá uma estátua a Zeus. Ele chegou a oferecer sacrificar uma porca no altar, um animal impuro pela Torá, no altar do sacrifício, uma completa afronta à fé judaica e ao Deus de Israel.
A perseguição foi crescente a ponto de se proibir a observância do shabbat, as leis alimentares e até a circuncisão, algo observado desde o patriarca Abraão. Os pergaminhos da Torá eram confiscados e queimados, e a observância das ordenanças da Torá eram passíveis de serem punidas com morte.
Muitos judeus nesse tempo se recusaram a ceder à profanação imposta pelos selêucidas e morreram como mártires pela fé, conforme o segundo livro dos Macabeus.
O pesadelo vivido pelos judeus dessa época começa a ter uma virada quando entra em cena um sacerdote chamado Mattityahu. Quando capangas de Antíoco chegaram a seu vilarejo de Modiin, ergueram um altar e exigiram que ele oferecesse sacrifícios aos deuses gregos. Mattityahu se recusou e declarou que permaneceria fiel à aliança estabelecida por Deus com seus patriarcas. Ele, seus filhos e amigos acabaram por matar alguns oficiais sírios, perseguindo o restante. Ciente de que sofreria violenta retaliação por Antíoco, fugiu para as colinas da Judéia com seus cinco filhos e com os demais homens com quem formou uma pequena força para combater as tropas selêucidas.
Os judeus inconformados com toda a profanação e violência imposta pelo império selêucida engrossavam as fileiras dos revolucionários na Judéia., promovendo ataques aos destacamentos inimigos e a seus postos avançados. Esses revolucionários ficaram conhecidos como Macabeus por causa do filho mais velho que se chamava Judas Macabeu. A luta durou vários anos e a vitória dos Macabeus pode ser considerada um milagre, uma vez que a proporção de judeus era muito menor que as forças greco-sírias.
Após o longo conflito e o emprego bem sucedido de táticas de guerrilha, os Macabeus entraram em Jerusalém para retomar o Templo que havia sido completamente profanado nas mãos dos helenistas por ordem de Antíoco. Após realizarem uma limpeza ritual de todo o complexo, decidiram consagrá-lo, dedicando-o novamente a Deus, restaurando o serviço diário de adoração. Foi porém, cumprindo os ritos de purificação e preparação que os sacerdotes descobriram que havia apenas um pequeno jarro de azeite selado que não havia sido profando e, portanto, estava qualificado para uso na menorá do Lugar Santo, a fim de permitir sua iluminação contínua. A Torá ordena que a luz da menorá deveria ser contínua e o azeite encontrado era suficiente apenas para prover iluminação por um dia. No entanto, aquela pequena quantidade fez com que a menorá fosse iluminada por oito dias consecutivos, um verdadeiro milagre. Esse tempo, foi suficiente para que se produzisse mais azeite de modo a permitir seu uso contínuo.; Esse milagre é um símbolo de que o Altíssimo estava com eles. João 10:22-23.
Claayton Nantes
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