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Fugir do sofrimento, ou encará-lo?

Foto do escritor: Claayton NantesClaayton Nantes

Atualizado: 12 de jan. de 2021




Dias de “repouso forçado” e reflexão. Diante de um diagnóstico positivo para "esse vírus da pandemia", fiquei muito tempo acamado e reflexivo, que horas oramos, horas refletimos, horas adormecemos, horas Deus nos trás ao coração algumas passagens e assim vamos passando os dias, e em meio a isso tudo me lembrei de uma viagem missionária que fizemos à África a anos atrás, e chegamos lá exatamente no meio de ataques das guerrilhas, e isso era algo tão espiritual que ao olharmos para o roteiro que tínhamos a passar, a guerrilha se antevia e atacava exatamente a região que iríamos no dia seguinte, atacavam no dia anterior. E com isso muitos se intimidaram se deveríamos ou não cumprir nossa programação e passar nessas cidades. Claro, cumprimos todo o roteiro!

Em oração naquele momento, o Senhor colocou em meu coração a revelação que Paulo recebeu de Ágabo tomando a cinta dele e dizendo: “assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o entregarão nas mãos dos gentios”.

Paulo sabia que seria preso, e estava disposto não só a ser preso mas até a morrer por amor a Cristo!

Que amor e que convicção de fé é essa que mesmo sabendo que iria sofrer, não fugiu do sofrimento mas o enfrentou?


Quando eu disse “SIM” ao chamado ministerial, eu disse um SIM INCONDICIONAL.

Quando nos dispomos a exercer um chamado não podemos escolher só quando as coisas forem boas, ou o cenário for favorável. Assim como um médico, enfermeiro, sistema de saúde, ou de segurança; policial, civil, militar, não escolhe que dia trabalhar se com pandemia ou não, assim é o chamado pastoral.

Quando nos dispomos a cumprir o chamado sabemos do risco que corremos em estar na linha de frente e não culpo a Deus por isso, pois o chamado é maior do que a própria vida.

Por isso, diante da notícia de pandemia e assolação buscamos estratégias em Deus para levar o evangelho avante e procurar meios de continuar a obra. Em março/2020 suspendemos os cultos por 25 dias, até à Páscoa, porém com 3 a 4 lives diárias ministrando, fortalecendo, incentivando e atendendo um cem número de pessoas.

Criamos um canal de aconselhamento via WhatsApp, grupos e comunicação, oração manhã, tarde e noite, e na Páscoa retomamos nossas atividades com uma fantástica carreata, fornecendo ceia (descartável) à porta da Igreja, ministrando ceia nas calçadas com distanciamento metro a metro que circulou o quarteirão inteiro.

Tudo o que está ao nosso alcance a nível de segurança e proteção, tomamos os devidos cuidados, mas tendo em vista que realmente esse "virus" chegou, temos que reorganizar para continuar fazendo o que Deus nos chamou para fazer e não parar, recuar ou desistir.

Sempre ciente que corria um risco maior, pois tiveram semanas logo no início que atendi 18 famílias infectadas em uma semana, e as pessoas sempre questionando se fecharíamos ou não; mas o chamado ao cumprimento da “Grande Comissão” não vence por uma guerra, doença ou pandemia, o chamado continua.

Em meio a tudo isso vi que realmente não é fácil encontrar ovelhas como as de Torre Forte!

Um povo abençoado, disposto e disponível que mesmo enfrentando vários desafios sempre se mostrando do nosso lado, pessoas que não mediram esforços para poder socorrer, se mobilizar, ajudar, atender, reinventar, equipes e mais equipes que no decorrer desse ano fizeram mais de 1.000 visitas em lares, levando ceias, cestas básicas, remédios e até mudança fizeram em meio à pandemia.

Pessoas que não hesitaram em se dispor para ajudar. Suas atitudes nos incentivaram a não pararmos e estarão para sempre em nossos corações, só Deus para recompensar e fortalecer a cada um.

Sei que diante do meu diagnóstico positivo, fomentou inúmeros comentários nas redes sociais e WhatsApp de irresponsabilidade e imprudência.

Sejamos maduros e realistas, o vírus está por toda parte, e todo ser humano na face da Terra está sujeito a ser infectado, porém a infecção não pega só na Igreja! Temos que trabalhar, enfrentamos transportes lotados, ônibus, metrôs e trens abarrotados; muitos atendem manhã, tarde e noite no comércio, com contato com pessoas e mais pessoas, subimos e descemos de apartamentos acessando o elevador a todo instante sem saber se o último que usou o elevador estava infectado ou não. Temos que ir ao mercado, feira, farmácia, padaria e açougue, tocamos em um “sem número de locais”, que muitos infectados tocaram e vamos ficar fugindo desse inimigo invisível até quando?!

Outros, viajam, passeiam, vão para academias, treinam, lutam a semana toda, porém, “ir para a Igreja não pode”, fico a me perguntar: “Será que o vírus se converteu e está frequentando só a Igreja?”

Mas quem nos julga e nos condena, eu não me magoo, porque são pessoas que os amo assim mesmo; porém só me mostra que realmente não sabem nada o que é ministério, o que é chamado; porque não têm noção do número de suicídios que foram impedidos nesses 10 meses por essas portas estarem abertas; pessoas que chegaram à Torre Forte em profunda depressão, ansiedade, pânico, crianças tentando suicídio, pessoas que haviam cortado os pulsos, pessoas que tomaram medicamentos e mais medicamentos e que se não tivéssemos as portas abertas e não estivéssemos em culto não sei o que poderia ter acontecido. Casais e mais casais, famílias e mais famílias destruídas, que o diabo se aproveitou da fragilidade na pandemia e não mediu esforços para atacar violentamente.

Sem contar que por estarmos com transmissão OnLine dos cultos, o número de pessoas que foram alcançadas no Brasil e no mundo se tornaram incalculáveis, glória a Deus por isso!

Louvo a Deus porque podemos dizer: “Ebenézer”, com vírus ou sem vírus – “Até aqui nos ajudou o Senhor!”

Sabemos que o que nos espera daqui para frente não será diferente desse cenário, pois já foram identificadas mutações desse vírus e outros vírus estão por surgir, mas uma coisa é certa: “Estou bem certo de que nada e nem ninguém nos poderá separar do amor de Deus em Cristo Jesus”.

Não condene quem nos condena; não julgue quem nos julga; que o Senhor os abençoe e os proteja com muita saúde e vitórias; só posso dizer como Paulo: “Pelo que, não fui desobediente à visão que recebi do Senhor”.

Glória a Deus pela cura, glória a Deus por ser testemunha viva para dizer, Deus é maior do que qualquer pandemia ou vírus, e mesmo tendo passado sei que Jesus já levou esse e todos os outros vírus que virão na cruz do calvário e pelas Suas pisaduras fui curado de mais essa!

Deus abençoe a todos, gratidão por cada um, e lembre-se: “Mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Filipenses 3:13-14.

Vamos arregaçar as mangas, e temos muito a fazer em 2021; e nesta próxima 4ªf, inicia o Curso de Teologia 2021, e nesta 6ªf, inicia nossa fantástica CONVENÇÃO 2020/2021 com transmissão OnLine.

Feliz Ano Todo – Que Deus abençoe nosso 2021!

Claayton Nantes



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