top of page

BOLETIM 1280 - Apócrifos & Pseudoepígrafo

Nº 1280   –   ANO XXV   –   05   a   11   de   abril   de   2025

A Bíblia Cristã Protestante é composta de 66 livros que passaram por inúmeras análises e comprovações para ser considerada canônica.

O cânon eram regras, critérios que foram estabelecidos para analisar cada texto para identificar se eram divinamente inspirados ou não, e os livros que foram aprovados foram considerados canônicos, os não aprovados por uma ou outra regra, foram chamados de apócrifos, porém, os apócrifos têm a sua contribuição histórica mas não “divinamente inspirados pelo Espírito Santo”.

A maior parte dos apócrifos foram escritos nos 400 anos de “silêncio de Deus” no período interbíblico, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamento, por aí, já se subentende que se Deus estava em “silêncio”, não inspirou alguém a escrever! Porém Ptolomeu II Filadelfo (rei egípcio – 285-247 a.C.) do período do império greco macedônico mandou traduzir toda a Bíblia do hebraico para o grego que ficou conhecida como a Septuaginta, pois convocaram 6 judeus de cada uma das 12 tribos, então 72 judeus para traduzirem todo o texto bíblico, nesse período além do Tanak (Bíblia Hebraica) Toráh, Neviim e Ketuvim (ou seja, lei, proféticos e históricos) é que introduziram também os demais escritos que tinham sobre a história do povo judeu.

Esses livros ou acréscimos nunca foram aceitos pela comunidade judaica, muito menos citados por Jesus e nem pelos apóstolos da Igreja Primitiva motivo este que após a reforma protestante foram extraídos da Bíblia Protestante.

‘Apócrifo’ no original da palavra significa, oculto, não divinamente inspirado, não autêntico, pois não passaram pela “régua” ou “vara de medir” do cânon, e por não ter o aval de veracidade não estão na Bíblia cristã.

Porém, eles têm sua contribuição histórica. Como Ptolomeu II Filadelfo estava construindo a maior biblioteca de sua era, pediu que fossem traduzidos para serem adicionados à coleção, os quais são Tobias, Judite, 1 e 2 Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico e Baruque.

Porém com o passar dos anos, através de um processo de arqueologia, foram encontrando mais pergaminhos, os quais foram chamados de pseudoepígrafes – que indicam uma escrita que é comumente atribuída a um autor, mas quase certamente não foi escrita diretamente por esse autor, e muitos deles até considerados apócrifos após reprovados mediante as análises e critérios canônicos tais como Evangelho dos judeus, Evangelho de Tomé, Evangelhos dos Ebionitas, Evangelho de Pedro, Protoevangelho de Tiago, Evangelho de Filipe, Evangelho de Maria Madalena, Evangelho de Judas. Os estudiosos tiveram que supervisionar a tradução da Septuaginta (a primeira tradução do hebraico para o grego) e se apegaram aos livros originalmente escritos em hebraico e aramaico, e o próprio cânone massorético excluem esses livros.

O livro de Enoque por exemplo foi considerado apócrifo, mas seria também um pseudoepígrafe, pois a datação dos manuscritos do primeiro livro de Enoque indica que foi escrito 200aC, mas Enoque viveu 3378aC, até então acredita-se que o livro tenha passado verbalmente como tradição oral.

Enoque foi bisavô de Noé, e conforme nos diz a epístola de Judas, ele viu Jesus Cristo retornando com os anjos para buscar um povo, (ele foi o primeiro a ter uma visão do arrebatamento), e ficou tão impactado com a visão que decidiu santificar-se a tal ponto de “andar com Deus e Deus o tomar para Si”.

O livro de Enoque mais conhecido é sua versão etíope, porém até hoje é discutida a sua autoria e a data exata de sua composição. O livro é composto por diferentes partes em períodos diversos, e por isso dividido em 1º livro de Enoque, Segredos de Enoque e 3º livro de Enoque, foram encontrados entre as escavações de Qumram e incluso entre os “manuscritos do Mar Morto” em 1947.

Não é pecado e nem proibido ler esses livros apócrifos ou pseudoepígrafes, porém temos que ter a consciência de que não foram divinamente inspirados por Deus, então não podemos nos guiar por eles, e nem incluí-los em nossas ministrações, mesmo porque não se atesta sua autenticidade, pois durante todo o período da história existem livros cristãos, seculares e temos que ter maturidade para discernir seu conteúdo.                 


Claayton Nantes 

Comments


Junte-se à nossa lista de mentoring.
Nunca perca uma atualização

Obrigado pelo envio!

  • White Facebook Icon
  • Branco Facebook Ícone
  • White Instagram Icon
  • White YouTube Icon
  • Branca ícone do YouTube
  • Branca ícone do YouTube

Aprenda através do meu blog

bottom of page