Nº 1205 – ANO XXIII – 28/10 a 03/11 2023
Estamos vivendo uma avalanche de transtornos, distúrbios e síndromes como nunca em toda a história, e com isso, muitas igrejas, pastores e líderes não estão preparados para atender, receber ou ministrar a pessoas com esses comportamentos. Infelizmente muitos nem discernem se é físico, psíquico ou espiritual, e atribuem tudo a possessão demoníaca, constrangendo ainda mais os pais e familiares diante de comportamentos violentos e agressivos que momentos de crise, ou ataques em pessoas que sofrem por não conseguir se comunicar, se expressar, ou estar diante de uma crise violenta de ansiedade, TOC.
A pergunta número um feita a pais que estão esperando um filho é se é menino ou menina? Normalmente a típica resposta é “não importa, desde que venha saudável está bom!” Essa resposta aparentemente inocente pode revelar uma crença fundacional que reside no coração de muitos de nós: de que há poucas coisas piores para um pai e uma mãe do que ter um filho que não seja saudável, especial ou com alguma deficiência. A possibilidade de nós (ou alguém que amamos) termos um filho com necessidades especiais evoca um forte medo e grande preocupação.
Ninguém está preparado para um diagnóstico como este, qualquer que seja a dificuldade física ou mental, vai trazer muitas e muitas adaptações, aprendizados e pesquisas. Quanto mais se demora para iniciar as terapias mais negativo é para a criança. O volume de informações científicas que hoje dispomos acerca do TEA nos permite dizer que a intervenção precoce é capaz de produzir ganhos significativos nos déficits apresentados. Há um verdadeiro alerta para que se iniciem os tratamentos antes mesmo de ter o diagnóstico fechado. Apesar de haver, agora, muito mais informações sobre o transtorno do que no passado, concluir um diagnóstico ainda é um processo complexo e, por vezes, demorado, pois não há nenhum tipo de exame que possa detectá-lo, como ocorre com muitas doenças. A procura por um profissional especializado, os melhores tratamentos que amenizam os sintomas, que melhoram a comunicação, mas inevitável uma mudança total nos planos. Projetos e carreiras abortadas para dedicar toda atenção a uma debilidade de alguém tão desejado – um filho, que muitas vezes nunca conseguirá viver por si próprio.
É um desafio para os pais de autista que devem aprender como reduzir ao máximo a parte estressante para poder curtir o lado doce da vida que é estar com seu filho. Aprender a como agir em situações difíceis, com comportamentos inadequados, e como contornar essas dificuldades de forma a reduzir o estresse de todos os envolvidos. O desafio aumenta ainda mais quando temos a consciência de que as regras não são fixas, e não existe uma fórmula para todo mundo, pois cada autista é único.
Se não bastasse toda essa dor e sofrimento, ao pensar em ir para uma igreja buscar um pouco de esperança, alento e uma palavra de fortalecimento e salvação, aí vem a realidade: “eles não têm preparo ou estrutura para acolher meu filho (a)”! E se ele tiver uma crise durante um culto? Se tiver um excesso de fúria na Escola Dominical? Por essas e outras preocupações, se isola, se fecha e passa a viver uma vida solitária e angustiada.
Recentemente atendi uma mãe que em prantos disse: “minha irmã de sangue que era tão apegada a mim, aceitou conhecer meu filho agora que ele fez 14 anos!”
Jesus quando questionado quem tinha pecado se o cego ou os seus pais, com toda sabedoria, propriedade e autoridade Ele respondeu: “NEM ELE, NEM SEUS PAIS, MAS NASCEU ASSIM PARA QUE NELE SE MANIFESTE A GLÓRIA DE DEUS”.
Deficiências físicas e mentais são resultado de um mundo mergulhado no pecado. Mudanças químicas e orgânicas que invadiram nosso cardápio; venenos, pesticidas e agrotóxicos que inundaram nossas plantações; hormônios, substâncias, anticorpos, micro-organismos.
Diante dessa realidade, pesa sobre a “IGREJA DO SENHOR JESUS CRISTO”, capacitar-se, preparar-se a cada dia para acolher, atender, dar uma palavra de esperança, ou ao menos estar preparada para receber pessoas tão importantes e especiais que carecem do amor de Deus, a Salvação em Cristo Jesus e o afeto e compreensão do Corpo de Cristo. Que você seja desafiado a se preparar para acolhê-los a cada dia.
Claayton Nantes
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