Nº 1167 – ANO XXIII – 04 a 10 de fevereiro 2023
Quem cuida de quem cuida?
Quem atende o conselheiro?
E as crises do terapeuta?
Temos que entender que todo ser humano é um espírito que possui uma alma e mora num corpo. À despeito da formação, carreira ou especialidade ele não deixa de ser humano, com os mesmos ou até maiores as possibilidades de desgaste, esgotamento, estresse e até uma síndrome de burnout.
O conselheiro cristão tem que entender que ele será o terapeuta no atendimento, podendo usar técnicas, ferramentas, conceitos que a psicologia nos proporciona, porém, além das sobrecargas e desgastes que “ouvir problemas” já nos traz, ainda temos a batalha espiritual travada, onde muitos deram legalidades e com isso o diabo entrou, fez o estrago e agora deixou sequelas emocionais e psicossomáticas das quais a pessoa não está conseguindo se desvencilhar.
É bem verdade que o conselheiro cristão, assume um compromisso de levar cada causa aos pés da cruz em oração e clamor, porém, ele tem que vencer a síndrome de onipotência, síndrome de onisciência e superar o sentimento de impotência e ser humilde suficiente para reconhecer o que sabe, o que não sabe e sempre buscar conhecimento, informações através de cursos, palestras, estudos, leitura e acima de tudo oração e jejum para um ministério bem sucedido.
Aconselhamento tem que ser encarado como ministério.
Desde Gênesis vemos o povo de Deus como uma comunidade terapêutica.
Nas Sagradas Escrituras, tiveram muitos conselheiros, porém todos eles, tinham uma vida de oração, intercessão e devocional com Deus.
Quando olhamos para o Antigo Testamento, através das biografias, encontramos muitos conselheiros modelo: O pai da fé Abraão, o experiente Jetro com seus conselhos ao príncipe do Egito que foi matriculado na faculdade, pós-graduação de Jeová no deserto - MOISÉS, o próprio Moisés – paciente, Jó, Samuel um profeta, sacerdote e irrepreensível juiz, o que dizer da ousadia e intrepidez de um profeta Natã; além dos sábios conselhos e provérbios de Salomão; aliás, os próprios profetas do Antigo Testamento eram conselheiros não só de reis, mas da nação, como foi o caso de Isaías, Jeremias, Habacuque, Ageu, Zacarias e tantos outros já no Novo Testamento, o doutor Lucas com suas sábias colocações e conselhos nas viagens missionárias, o erudito Paulo, mas também contamos com o principal modelo de conselheiro, o “MARAVILHOSO CONSELHEIRO – Pastor e Bispo de nossas almas – Cristo Jesus”.
Estes personagens nem sempre idosos, mas necessariamente idôneos, eram consignados como a voz de um ‘anjo do Senhor’.
Porém, como os sábios conselhos de Jetro – “Moisés, tu só, não pode fazê-lo, perecerás tu e farás esse povo perecer atendendo de sol a sol”. Jetro nos ensina sobre os “LIMITES”. Todo conselheiro que quiser ter um ministério eficaz e duradouro tem que estabelecer limites, pois todo ser humano vai até onde o corpo aguenta.
Não podemos quebrar os limites de suporte físico e nem mental.
É natural ao ouvirmos problemas, lutas, conflitos, crises e dificuldades nos dar um desgaste físico, cansaço, fadiga e muitas vezes afetar nosso emocional, psicológico e entrarmos em crises, conflitos e questionamentos, por isso, não podemos nos esquecer que o conselheiro também é humano e temos que entender que aquele que aconselha precisa de conselho.
Como manter a ética diante de confissões comprometadoras a outras pessoas envolvidas?
Com quem falar quando não sei como direcionar um aconselhamento?
O que fazer quando me sinto impotente diante de um problema insolúvel.
Esses e outros questionamentos é que estaremos discutindo na matéria de PSICOTEOLOGIA DESTA SEMANA. Aproveite e venha aprender a ajudar o próximo!
Claayton Nantes
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